Decepções recentes: os maiores fracassos do PlayStation nos últimos anos
- Fábio Renatto
- 10 de jan.
- 5 min de leitura
Apesar do sucesso estrondoso do PlayStation 4 e do desempenho sólido do PlayStation 5, a Sony também acumulou uma série de deslizes nos últimos anos. Esses fracassos não se limitam apenas a jogos, como o criticado Concord, mas também incluem decisões estratégicas que desagradaram a comunidade.
Um exemplo notório foi a vinculação obrigatória da PSN para jogar títulos da empresa no PC, uma medida amplamente criticada pelos fãs e que quase comprometeu o lançamento de Helldivers 2.
Com isso em mente, reunimos os maiores fracassos recentes do PlayStation, abordando desde polêmicas estratégicas até tropeços nos lançamentos.
Vinculação obrigatória

Helldivers 2 foi um dos maiores sucessos de 2024, conquistando milhares de jogadores ativos e uma recepção calorosa da comunidade. No entanto, em meio ao auge do título, a Sony tomou uma decisão polêmica: anunciou a vinculação obrigatória à PSN (PlayStation Network) para jogar seus títulos no PC.
Embora pareça uma mudança menor, a medida provocou uma reação massiva de insatisfação entre os jogadores de PC, que passaram a bombardear Helldivers 2 com análises negativas no Steam. A polêmica afetou diretamente a imagem do jogo e da Sony, gerando críticas por forçar uma conexão que muitos consideraram desnecessária e intrusiva.
Mesmo com o impacto negativo, a Sony manteve a decisão e ampliou a exigência de vinculação da PSN para todos os seus jogos, sejam eles multiplayer ou single-player. O próximo título a seguir essa regra será The Last of Us Parte II Remastered, aumentando as preocupações da comunidade sobre como essa política continuará a influenciar os futuros lançamentos da empresa.
Concord

Concord se tornou um dos maiores fracassos da história recente da Sony. Prometido como um ambicioso jogo como serviço AAA, o título passou anos em desenvolvimento, mas foi encerrado poucas semanas após o lançamento, deixando uma mancha significativa na estratégia da empresa.
O cenário é ainda mais alarmante considerando os rumores de que o projeto teria consumido cerca de US$ 400 milhões em desenvolvimento, embora a Sony não tenha confirmado esse valor. A empresa apostava alto em Concord, tratando-o como uma peça central no futuro do PlayStation, mas o fracasso foi avassalador.
As consequências não pararam por aí: o desastre culminou no fechamento da Firewalk Studios, o estúdio responsável pelo jogo, que fazia parte da família PlayStation. Embora alguns fãs ainda esperassem um retorno de Concord, o encerramento do estúdio praticamente enterrou qualquer possibilidade de ressurreição do título.
Until Dawn Remake

Em 2024, a Sony não apenas enfrentou o fiasco de Concord, mas também tropeçou com o lançamento do remake de Until Dawn, amplamente considerado desnecessário pela comunidade, especialmente por se tratar de um título originalmente lançado em 2015.
Apesar de trazer impressionantes melhorias visuais graças ao uso da Unreal Engine 5 e novos recursos, o remake chegou ao mercado repleto de bugs que prejudicaram a experiência dos jogadores. Desde o lançamento, o jogo recebeu diversas atualizações para corrigir os problemas, mas o impacto inicial foi devastador para sua reputação.
Com vendas decepcionantes e pouco interesse do público, o remake de Until Dawn já é visto como outro grande fracasso da Sony, levando muitos a questionar a necessidade do projeto e a estratégia da empresa em revisitar um título tão recente sem oferecer inovações significativas.
Jogos como serviço

O falecido Concord, já mencionado neste artigo, era um ambicioso jogo como serviço (GaaS), projetado para ter uma longa vida útil no mercado, com atualizações regulares de conteúdo e o potencial de gerar lucros significativos para a Sony. Contudo, como sabemos, o projeto naufragou rapidamente.
Nos últimos anos, a Sony anunciou investimentos robustos no segmento de jogos como serviço, mas os resultados têm sido abaixo do esperado. Problemas recorrentes, lançamentos mal recebidos e o fracasso de títulos como Concord levaram a empresa a cancelar projetos promissores, incluindo o aguardado multiplayer de The Last of Us Part II.
Para se ter uma ideia da ambição inicial da Sony, anos atrás, a meta era lançar 12 jogos como serviço até abril de 2026. No entanto, diante dos desafios enfrentados, essa previsão dificilmente será cumprida.
Apesar disso, a Sony ainda aposta no modelo, com títulos como Fairgame$ em desenvolvimento, mas a recepção morna a jogos anteriores coloca em dúvida o futuro de sua estratégia no segmento de GaaS.
The Last of Us Part 1 PC

Em março de 2023, a Sony lançou o tão aguardado The Last of Us Part I para PC, um título icônico com uma enorme base de fãs, o que gerou um hype elevado. No entanto, o lançamento se transformou rapidamente em um pesadelo para os jogadores.
O port para PC de The Last of Us Part I foi repleto de problemas, desde longos tempos de compilação de shaders até desempenho extremamente abaixo do esperado. Além disso, o jogo apresentava falhas visuais, como texturas corrompidas, e travamentos constantes, o que comprometeu a experiência de jogo para muitos usuários.
A responsabilidade pelo port ficou a cargo da Iron Galaxy Studios, que trabalhou arduamente para corrigir esses problemas ao longo do tempo. Com várias atualizações, muitos dos erros foram finalmente resolvidos, mas o lançamento conturbado deixou uma mancha na recepção do jogo no PC.
Playstation VR

Lançado em 2023, o PlayStation VR2 representou a nova aposta da Sony no mercado de realidade virtual, com um aparelho de alta qualidade e desempenho impressionante em vários jogos. No entanto, apesar das boas características, as vendas não corresponderam às expectativas da empresa.
No ano passado, surgiram rumores de que a Sony teria pausado a produção do PlayStation VR2 devido aos fracos números de vendas, com grandes estoques do aparelho acumulados e sem escoamento no mercado.
Para tentar reverter a situação, a Sony decidiu dar uma nova direção ao produto, oferecendo suporte nativo para o PlayStation VR2 no PC, lançando um adaptador (pago) e até um aplicativo dedicado no Steam. No entanto, até o momento, a Sony não divulgou informações sobre o número exato de unidades vendidas, deixando dúvidas sobre o real desempenho comercial do dispositivo.
Preço do PS5 Pro

O ano de 2024 foi marcado por um grande rumor: a possível chegada do PlayStation 5 Pro. Finalmente, em setembro, a Sony confirmou a existência da versão aprimorada do console. No entanto, o anúncio não foi tão bem recebido quanto a empresa esperava.
Embora o PS5 Pro seja, de fato, mais poderoso do que o modelo base, a insatisfação do público foi grande devido ao preço sugerido de 700 dólares (cerca de R$ 7 mil no Brasil). Esse valor elevado gerou um intenso debate, com especialistas apontando que seria possível montar um PC mais poderoso pelo mesmo preço.
Com o passar dos meses, o PS5 Pro foi encontrado a preços um pouco mais baixos, abaixo dos R$ 7 mil, mas ainda assim permanece significativamente mais caro do que o modelo padrão, que custa cerca de R$ 3,2 mil. Esse descompasso no preço fez com que muitos consumidores questionassem se o upgrade realmente justificaria o custo adicional.
Fechamento da Japan Studio

A Sony é dona de vários estúdios renomados, e entre eles estava o Japan Studio, uma desenvolvedora veterana fundada em 1993, responsável por muitos títulos marcantes ao longo dos anos para o PlayStation.
Entre os maiores sucessos do estúdio, estão clássicos como Ape Escape, The Legend of Dragoon, Gravity Rush, Tokyo Jungle, Astro's Playroom, entre outros, que deixaram uma marca indelével na memória dos jogadores.
No entanto, após uma série de fracassos e dificuldades financeiras, a Sony decidiu fechar o Japan Studio. Da falência do estúdio, nasceu a Team Asobi, que no ano passado surpreendeu com o lançamento de Astro Bot. O jogo não apenas resgatou a essência do estúdio, mas também conquistou o prêmio de Jogo do Ano (GOTY) em 2024, reforçando o talento e a criatividade da nova equipe.
Opinião do Editor
Vamos torcer pra que a "líder de mercado" tenha aprendido a lição. Dê ao povo o que o povo quer.
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